Uma noite...
Agosto 31, 2016
Uma nesga de mar no teu decote
Um pórtico, um altar a Artemisa
Uma liça de lençóis nesta noite
Um pôr em prática versos de Ovídio,
Uma luz de halogéneo em mim revolto
Em espuma granjeada na volúpia
Um segredo revelado no mistério
Envolto em bruma quando estás vestida
Um dedo a mergulhar no fogo etéreo
O revirar dos olhos que intimida
A sombra a embrulhar-se sem remédio
No invólucro dos corpos que se avistam
Um fruto saboroso nos teus lábios
Teu peito, a revelar-se em duas rimas
Teu corpo de luar sobre Calábria
Que aperto estreito quando nos sentimos
Unidos, cúmplices no mesmo assalto
Roubamos tempo ao Tempo. Em fim, sorrimos.