Um copo de água
Agosto 22, 2016
Bebi um copo de água
Cantei a minha vida
Era fresca como a mágoa
refresquei a despedida,
Bebi num golo forte
Repentino, promissor
Como o beijo da morte
Nosso único professor
Bebi embriagado
E fiz da água vinho
Bebi crucificado
Licor do meu destino
Bebi como estivesse
Às portas dum deserto
E o sol me prometesse
Ficar nele encoberto
Bebi fonte da vida
Ao calor do meu querer
Minha alma é conhecida
Por querer e não poder
Bebi um sonho fresco
Dum poema decorado
Sem grau de parentesco
Com Deus e co’ o Diabo
Bebi como do seio
Materno, o sacro leite
Sem entrave, sem receio
Nem leito onde me deite
Bebi, não dei por nada
Sonolento, acordei
Era sonho, a madrugada
Era noite... e despertei