Tinta permanente
Agosto 25, 2016
Escreve a tinta permanente, cravas pra sempre
Como esculpidas palavras num dorso granítico
Tuas memórias de lord. O tempo que lembre
A voz do teu amor com ouvidos de tísico
Regista algo só teu, é um bom exercício
Mesmo que estranho te soe “rosas de Marte”
Ou lírios, violetas, antúrios vindos de Júpiter
Esse pulsante absurdo em ti, é arte, é arte
Meus velhos manuscritos soam melodias
Dos cânticos boémios dos meus anos de ouro
Que o tempo vai trazendo pó e esquecimento
São sonatas, sonetos, longas sinfonias
Um X no invisível onde há um tesouro
Escondido por um deus doentio, avarento