Tempestade
Setembro 14, 2021
Lá fora aplaude-se efusivamente de pé
o líquido rumor principia, desprende-se
do céu o primeiro pedregulho
Relâmpago!
o céu dá um murro em cima da mesa
estremecem janelas, árvores agitam-se
o sol apavorado fugiu entre as nuvens
Relâmpago!
as águas gritam mágoas, há pouco sentia-se
o sol de setembro de chapa de zinco
estalar-me no rosto sereno de azul
o segundo pedregulho rola pela colina
do céu, ouve-se, no cálculo da
multiplicação do som longe ou perto
Relâmpago!
a tempestade vai morrendo ao longe
as pessoas vão saindo da sala felizes
e os aplausos vão cessando lentamente
no camarim meu coração é triste