O vírus
Agosto 24, 2021
Os dias repetem-se, o solo seco assume
a pele encarquilhada de elefante o mar
esse coloca-nos a questão se subirá de tom
no diálogo imprevisível entre Homem e Terra
não estaríamos perto do precipício se não
houvesse perigo, assume-se que o homem
é praga que se pensa ser tratada com
histeria, culto da morte medo e tecnologia
bem sei que o desafio existe para ser ven-
cido mas o desígnio das castas invisíveis
é superior às nossas vidas invariáveis
quer-se um produto futurista, um herói robot
sairemos vencedores, mas seremos leopardos
comendo nas árvores sozinhos seremos ilhas
indivíduos feitos de papel que se amarrota
servindo reciclável de combustível à medicina
existem mordomos e porta vozes da natureza
encarregaram-se do susto, pânico, do terror
as coisas dizem-se de maneiras diferentes
mas os sonhos anulam-se nas mágicas rotinas
Ela que fala na linguagem das marés eclipses
degelos dilúvios tempestades tornados
fala por si própria sacudindo água do capote
como o meu pai, só nos avisará uma vez