Manhã de Junho
Junho 24, 2016
Basta-me este soprar manso do vento
No ritmo lento com que embala as flores
E os choupos, e os sentidos… são favores
Que alívio dão, e alento ao meu intento
E devagar, desfaz-se o nó cruento
Das ânsias minhas, camufladas dores
Em rasgos extravagantes de mil cores
Pinto o retracto exacto do que tento.
Rara manhã de Junho azul celeste
Contraste à minha estranha ventania
Que no meu frágil ser sempre soprou
Dá-me de novo, ó vento, o que me deste
Essa serena e suave melodia
Com que minha alma inquieta me cantou