A extrema solidão
Maio 22, 2021
a Maria João Brito de Sousa , poeta
o poeta é enfermo sua extrema solidão
tornou-se há muito tempo seu pior inimigo
a Beleza é a doença, sem cura ou solução
o poema é do real exílio ideal abrigo
o poeta ingénuo julga que comete crimes
escreve às escondidas, sofre dissabores
do esgoto subterrâneo extrai rubis e rimas
sem coroas de louros estimas e louvores
ama as coisas belas como os fiéis um deus
na luta contra o tédio é antigo gladiador
tem por tesouro ouro do sol do mês de Maio
cada minuto importa, alheio aos anos meses
é tigre solitário, da metáfora predador
é no amor cirurgião, na tempestade o raio