UNGUENTOS
Setembro 27, 2005
'Inda sinto entranhado,
Fundas feridas do meu passado,
Qual bálsamo aplicado em mim...
À pele não dou descanso,
Viajar nele não me canso,
E dar ao desassossego fim.
Qual martírio é este?
Já alguma vez te rendeste
Ao despotismo do teu ser?
Rebelião inútil!
Terei um futuro fútil,
Se no porvir me arrepender.
São lógicas tresloucadas,
De almas mal fadadas,
Quantos passos avançarei,
Nas escadas do pensamento,
Nos céus do sentimento,
Se pensar que nunca acordei.
Quantas horas me restam
Medos, dúvidas que infestam,
Extinguir em feixes de ouro, de luz,
Do berço frio abafado,
Cantar meu próprio Fado,
Que de impulsos, obras produz.
Torna o homem fecundo,
Quarto barrado e imundo,
Com palavras se alimentando
E se as penas se acabam,
Temo que feridas se abram,
Vivendo só delas tratando.
Fundas feridas do meu passado,
Qual bálsamo aplicado em mim...
À pele não dou descanso,
Viajar nele não me canso,
E dar ao desassossego fim.
Qual martírio é este?
Já alguma vez te rendeste
Ao despotismo do teu ser?
Rebelião inútil!
Terei um futuro fútil,
Se no porvir me arrepender.
São lógicas tresloucadas,
De almas mal fadadas,
Quantos passos avançarei,
Nas escadas do pensamento,
Nos céus do sentimento,
Se pensar que nunca acordei.
Quantas horas me restam
Medos, dúvidas que infestam,
Extinguir em feixes de ouro, de luz,
Do berço frio abafado,
Cantar meu próprio Fado,
Que de impulsos, obras produz.
Torna o homem fecundo,
Quarto barrado e imundo,
Com palavras se alimentando
E se as penas se acabam,
Temo que feridas se abram,
Vivendo só delas tratando.