Mensagem ao vento
Outubro 24, 2005
Cobriu a noite com seu manto de veludo,
E com ele, a Lua os ombros encobriu
Escondeu-se o Sol ao fundo, carrancudo,
E a Lua subiu.
De pétalas fechadas, dormiam encolhidas,
Mimosas violáceas que sorriem de dia,
E quando a luz esmorece, p'lo sono são vencidas
Como eu gostaria.
Só por companhia as estrelas, desolado
Fiquei esperando que chegasse minha Musa,
Qual meu espanto: nada! Fiquei agoniado,
Por vir dela recusa.
Pensei quantos poetas dispersos sofrem,
Do abandono próprio das almas puras,
Quais versos sofredores Musas reprovem,
Com mil ternuras!
Torno-me discrente em tudo que eu cria,
Templos escondidos, engolidos no deserto
Resta-me este corpo e só o que mais queria
De tê-la por perto.
E chegará a hora,
De vir numa demora,
Talvez à sua frente contenha inútil pranto,
Porque desentendo,
Qual de nós ficou tremendo,
Sabendo que nenhum dos dois é santo.
Onde estás, quem um dia me iluminou
Sem procurar a luz sublime que ilumina,
Meu apagado estro que nunca sublimou,
A flor mais fina.
Espero sem esperança num desassossego,
Por não vir com pombo uma mensagem
Onde estás quem tenho tão sincero apego?
Nem vento, nem aragem...
E com ele, a Lua os ombros encobriu
Escondeu-se o Sol ao fundo, carrancudo,
E a Lua subiu.
De pétalas fechadas, dormiam encolhidas,
Mimosas violáceas que sorriem de dia,
E quando a luz esmorece, p'lo sono são vencidas
Como eu gostaria.
Só por companhia as estrelas, desolado
Fiquei esperando que chegasse minha Musa,
Qual meu espanto: nada! Fiquei agoniado,
Por vir dela recusa.
Pensei quantos poetas dispersos sofrem,
Do abandono próprio das almas puras,
Quais versos sofredores Musas reprovem,
Com mil ternuras!
Torno-me discrente em tudo que eu cria,
Templos escondidos, engolidos no deserto
Resta-me este corpo e só o que mais queria
De tê-la por perto.
E chegará a hora,
De vir numa demora,
Talvez à sua frente contenha inútil pranto,
Porque desentendo,
Qual de nós ficou tremendo,
Sabendo que nenhum dos dois é santo.
Onde estás, quem um dia me iluminou
Sem procurar a luz sublime que ilumina,
Meu apagado estro que nunca sublimou,
A flor mais fina.
Espero sem esperança num desassossego,
Por não vir com pombo uma mensagem
Onde estás quem tenho tão sincero apego?
Nem vento, nem aragem...