Invoco-te, Outono...
Agosto 26, 2016
O sol já vai perdendo algum vigor, afrouxa.
Soberbo, esta manhã, como um pavão vaidoso
Debruçado nas nuvens exibia glorioso
Suas douradas penas, a uma nuvem roxa
Alegra-te, ó poeta, o Outono chegará
Que o estio inspira o ócio e o verso arrastado
Inocente prisioneiro ocioso, condenado
Que indubitavelmente o Tempo ignorará.
Invoco-te, Outono, tua melancolia
Teus redemoinhos doces, quando irados ventos
São hooligans à solta, como cães sem trela
Gemo por arrastar-me, engulo esta agonia
Não ouvir rugir a fera nos meus sentimentos
Fechados, divagando loucos numa cela