Lucidez
Agosto 03, 2012
Mantido em cativeiro, incorrutuptível, fraco
Doente de sentir-me atordoado e só
Deixei-me ouvir a chuva no telhado opaco,
Do céu azul passivo a dar-me na alma um nó.
Fechado a sete chaves qual rico tesouro
Ninguém me vem roubar nem ver ou contemplar
A vida não reluz nem luz como o vil ouro
Só a tristeza vem com sombras me assombrar.
De noite é quando acordo e lúcido desperto
Num sono abismal, escaldante dum deserto
Exausto, a caminhar perdido e sonolento;
De dia é quando durmo sóbrio, amorfo e triste
Na solidão soturna da morte que insiste
Sorrir-me num olhar, sorrir-me em pensamento