O POEMA PROSCRITO
Abril 18, 2012
Searas espessas de rostos, sonhos desfeitos
Homens falíveis nós somos, seres imperfeitos,
Grito a navalha espetada funda na barriga,
Na vida cansada, com ela faço uma cantiga.
A morte que vem à janela dizer-nos “bom dia”
O tempo que passa e nos lembra o tempo que havia;
Contemplo o relógio parado na velha estação
Do comboio que parte da alma ao meu coração,
Que crime cometo por dar à luz um poema
Vadio, proscrito imperfeito sem escolher um tema.
Quem disse que um tema devia um poema ter,
Se nele não cabe o universo que há para dizer?
Resgato no tempo meus sonhos feitos prisioneiros
Uns são frutos da vaidade, outros verdadeiros.
Quem sonha merece na terra a medalha de ouro,
Por ter descoberto na vida um rico tesouro.