A FÚRIA DO RIO
Abril 17, 2012
Estou onde lentamente morro devagar
A soletrar meus dias árduos de labor,
A minha dor é lenha que arde sem parar
Meu coração suspira ansioso por amor
Meu cérebro, um jazigo de imagens passadas
Um túmulo de mármore onde crescem rosas
Lânguidas, que soltam suspiros desfolhadas
De dores contidas em noites dolorosas.
Longe de meu corpo ser jovem dinâmico
Vou caminhando em frente perto ao precipício,
Este poema é o meu creme balsâmico
Onde aplico nas feridas fundas dos suplícios.
Sacrificar-me por quem me derruba e mata,
Quem me puxa a camisa e esmaga as minhas flores
Onde constroem prédios e bairros de lata
E que no meu jardim secreto plantam dores.
Deixei-me ir na corrente mais forte do que eu
Sou barco de papel que no rio se arrasta
Desesperado em vão, tento agarrar-me ao céu
Para salvar-me e ver que a vida não me basta