Metamorfose
Abril 05, 2012
Nãome imagino ser, aquilo que hoje sou,
Nos tempos que virão (se vierem para mim)
Gostava ser o verde arbusto que cresceu
Que sombra não me deu mas deu flor de jasmim.
Quem fui, o que queria, o mesmo, o que sonhava
Onde depositava sonhos no papel,
Flori numa charneca crua na cidade
Ergui dentro de mim, a torre de Babel.
Naquela idade quando o amor parece água
Que não é mais que um copo cheio de cicuta
Escrevia obscuros versos sob ânsia e mágoa
E a tristeza inútil se tornava diminuta.
Lia, abria livros, qual bibliotecário,
Com a determinada crença de coisa nenhuma,
Na minha mente havia papagaios no céu
Mil flores floriam, hoje só tenho uma.
Que poema este que não o sei escrever,
No lugar sinistro onde não quero estar,
Nem sei pensar sequer o que hei-de de fazer
Ser outra gota de água no imenso mar.