Nós Dois
Que seremos nós dois,
Quando os ventos varrerem os anos,
Quando as flores forem perfumes,
Quando o sol afastar-se da terra?
Diria uma árvore qualquer
Tu, a cidade, igrejas e casas
As ruas, estátuas, as amplas calçadas,
se guardares mil beijos na boca,
E eu trémulo, frágil, sozinho
No olvido da citadina penumbra,
O cipreste tremendo de frio,
À sombra de um beijo não dado,
Ao sol dum verão sem amor.