Lago Seco
Dezembro 05, 2011
Custa-me saber que sou um grão de areia,
Um átomo, molécula, ponto infinito,
Pensamos que uma frase muda o mundo inteiro,
No fundo é mais da alma, um sopro, um espirro,um grito,
Uma aflição constante ser durável. Vejo
O derrame dourado sobre a ponte velha,
O rio eternamente jovem, e eu pareço,
Um primata à procura de fogo ou centelha.
Não mais querer pareço, lúcido e audaz,
Podeis sentir no verso escrito a sangue frio,
Vivi, não vivo mais. Sou escravo do passado
Preso a duas margens estreitas, sou um rio...
Aquele crocodilo passa a pente fino
As lamacentas águas dum rio africano.
Sua procura é válida, a fome justifica,
Nem fome ou sede tenho. Vivo, quase insano...