Férias
Março 17, 2011
Que escândalo! Não escrevo há tantos, tantos dias,
Cansou-se-me o sentir. Terá ido de férias?
Tomariam o avião, comboio, as poesias?
Por que será que escrevo sempre coisas sérias?
Ó papagaio solto, levíssimo no ar,
No céu azul celeste, límpido e pacífico
Os nervos vão também de férias sossegar
turistas num cruzeiro na ágata do Índico.
Impulsos repousai, viajai sem passaporte
De calções e chinelos e toalhas nas mochilas,
Por praias e países, oceanos sem um Norte
Seja pastor o vento, leve as nuvens dos dias.
Angústias e tristezas, vãs melancolias,
Tirai férias também, ponde o vosso bikini
Deitai-vos, ociosas, ao sol do meu querer,
Pois que esta luz que vejo é a mais bela que vi.