Nas Asas do Destino
Junho 28, 2010
Num dia em que me vi na teia de um poema,
No mesmo dia até que este poema escrevi
No dia em que passei a ser o próprio tema,
Senti, subitamente, o que senti sem ti
como o toque da água, igual a pele de cobra,
Como a vida ser doce e durar-me um segundo,
Teci-a infantilmente e assim, li minha obra
A luz que deixarei quando deixar o mundo,
Pensei que fosse o sol que de longe ilumina,
E desse vida à Morte e fosse luz na treva,
Que louco! É simplesmente a vida que me ensina
A ir na asa do tempo… e o tempo, assim me leva,
E como se sentisse leve a ser levado,
Pela asa da memória de ouro que ainda tenho,
Senti-me intimamente a ser por ti mimado,
Ó tempo, que me olhas como se fosse um estranho.
O instante de ontem, soa-me a sonho passado
À canção aprendida quando ainda se é novo,
Sinto-me agora a ser por um sonho levado,
Igual a uma vontade, a um querer de um povo,
Cheira a relva cortada, odor verde da infância,
Cheira a pinheiro manso, a uma repetição,
cheira-me a livro antigo que teve importância
No dia em que escolhi ouvir meu coração