O Eco
Maio 27, 2009
Se humilde via o verso ser um sonho,
Sorrir-me de manhã pela janela,
Como a andorinha alegra o que é tristonho,
Como o calor aquece o que me gela,
Como se visse e fosse um pobre cego,
Como se andasse nobre entre mendigos.
As mãos que tinhas são as que carrego,
Nas minhas, que me dão bondoso abrigo.
Hoje, que somos? Diz-me: os mesmos de ontem?
Tu casto lírio, eu da Ópera fantasma
Confuso, eternamente apaixonado
Ou eco devolvido que contem
Um grito silencioso que não pasma
O mundo, que anda mudo e preocupado?