Insónia
Abril 22, 2009
Mal durmo. E se fechar meus olhos, vejo
A minha vida inteira a andar pra trás,
Que foi que fiz com ela ou que me faz,
Cobrir de sombra escura alto desejo?
Não extraio mais de mim que este bocejo.
Antes me chega a insónia e me desfaz
Em cinza, a lucidez, a mansa paz
Como uma amante dando álgido beijo.
Num sonho de Alexandre, o Grande, ganho
Vontade de me erguer como se fosse
Um sonho adormecido que há em mim,
Desperto! Abro os meus olhos! Sou estranho
Que nunca em nada fui génio precoce
Na história com princípio, meio sem fim