Soneto pela tristeza de sua amada
Abril 21, 2009
Se nos fere um sorriso agudo e esmaga
Breve alegria que antes se sentiu,
Se essa falsa tristeza o peito afaga,
Foi por que essa mesma alma consentiu,
Que viesse, com delícias nos seus lábios
E entrasse sem saber donde ela vinha
Nem poetas, filósofos, nem sábios,
Poderiam adivinhá-la na adivinha.
Mas há quem à tristeza se acostuma,
Servindo-lhe de leito, de almofada,
Como se fosse amada, a morte, a vida;
digo-lhe que num fogo se consuma,
Donde daria alívio à minha amada
Que apática, no mundo, anda perdida