O Mar e o Homem
Abril 14, 2009
Num vago olhar, olhando o vasto mundo,
Nos bastidores do longo horizonte,
Pergunto à imensidão do mar profundo
A que horas parte a barca de Aqueronte?
«Madruga, bom rapaz. Apraz-te a morte,
Pois que se eu fosse humano não diria,
Tais coisas. Se invertessemos de sorte:
Tu mar que sou, eu homem por um dia?»
Estranho! Um deus querendo ser humano,
Que Bem terá ter esta condição?
Esta pergunta ao mar lancei sem dano,
E o mar me respondeu: «tens coração!»