Um Nocturno Inacabado
Abril 08, 2009
Dormindo num berço da noite vestida de lua,
Meu filho já dorme numa doce contemplação,
Meu espírito inquieto, respira o ar que flutua,
Profundo suspiro. Sinto da noite a pulsação,
Bem longe de nós, o rumor da maquinaria,
Dos fumos espessos que se erguem de noite e de dia.
O aquoso ruído dos carros parece-me o mar,
cantando canções tão antigas da idade que tem,
Vou à janela ver este céu limpo e espreitar
Se alguém da corte celeste me espreita também
Porém, da janela vem só a canção deste vento,
Que brada mais forte do fundo que meu pensamento.
Dorme tu filho que o pai ficará de vigília,
Subindo degrau a degrau na imaginação
Querendo no verso encontrar a cor da buganvília
Aquela, acolá, mas que encontra a cor da solidão
Desperto um segundo num voo alto e vertiginoso
Mergulho num mar que imagino nefasto e brumoso