O Indesejável
Janeiro 21, 2009
Não tenho inspiração, só uma obsessão
De estar além da linha do horizonte,
como embarcar na barca de Aqueronte,
Por não ter o teu seio na minha mão.
Não há desculpa nesta combustão,
Bem sei que a culpa inútil não é tua,
Mas sofro ao ver-te bela, ao ver-te nua
Por não ter-te entre a espada e o coração.
Ilumina-me, amor, não me elimines,
Sê minha amiga, não minha inimiga,
Sem jogos de cálculo incalculáveis;
E o campo, ao paraíso, não mo mines
Com mesquinhez, desdém, desprezo, intriga.
Esses desejos são indesejáveis.