O Triângulo Amoroso
Janeiro 20, 2009
Ó frio gelado, ó vento irado, ó céu soturno
Ó véu coberto, ó sol oculto, ó sombra, ó nada,
Ó face triste, ao céu resiste, astro diurno
Ó mansidão do coração, alma esgotada.
Na minha boca, a gota de água, revigora
Frase sumidas, arrancadas das raízes,
Na minha mente, impaciente, geme e chora
Que coisas lúgubres, ó céu, que tu me dizes!
Cerras os punhos e teus dentes pelas serras
Lanças insultos, nas cidades, nas aldeias
Quebras os ramos, violinos, gritas guerras
Trazes violência, Força, à terra das sereias.
Nem Vénus forte, com semblante tranquilo
Consegue amar-te, serenar os quatro irmãos
Cospes, praguejas e gracejas intranquilo
Sufocas ninfas, deusas, mães com rudes mãos.
Deste ouvidos ao que Rei no fundo abismo
Reina iracundo teu irmão no além profundo
Que fica só, quando repleta de erotismo
Sai a linda deusa e de cor veste o mundo.
Muito estimada, pela fauna, pela flora
Plena virtude de poética harmonia,
Durante o dia, até o sol se acende e cora
Quando a deusa passa, e cria fantasia.
É por aproximar-se o mês de Março. Fica
Perdido de ciúme de vê-la aprontar-se
Pois sabe que ela exibe o seio ao sol e estica
Um pouco mais a luz, no céu a incendiar-se.