Estranha amizade
Dezembro 30, 2008
Talvez detenha dons de repelir,
Quem flor se julga, límpida água pura.
Que seja verme ou óleo! Meu sentir
É mais que vós a voz que bem me apura
Ou mal. Que importa? Guarda esse desprezo
Que te alimenta como a uma cria,
Que em livre peito cresce só, mas preso
Não fico nesse bem que mal procria.
Dou mãos à minha amante solidão
Com rosto infeliz, com alma feliz
Vivendo, solitário, vagabundo;
Não ficarei mais nesta escuridão
De achar-me a perguntar: “Que foi que fiz,
Para encontrar-me fraco e moribundo?”