A eremita
Agosto 28, 2008
(a Maria João de Sousa Brito)
Quase eremita luta a vida inteira
Armada de caneta e de pincel,
Escreve excelsos versos, doce mel
Na tela é sol, exacta e verdadeira.
Com pouco vive, mas desfaz-se em tanto
Na vida, em verso ou prosa ou na amizade
Um anjo iluminado entre a maldade
Águia que alcança os céus sem mágoa ou pranto
Corre-lhe o sangue ardente em suas veias
O canto que há num rio de sereias
Nos dias em que a sombra empesta o ar
Numa leitura assídua, eis seu soneto
Que me compõe no peito um minuetto
Sentindo o que há no peito pra acordar