O Fantasma da Ópera
Setembro 29, 2022
sou gemido de violoncelo desafinado
partitura rasgada no lixo de Brahms
se o amor me quer Fantasma da Ópera
danem-se o Fantasma e o amor
têm algo em comum na existência
o cão verbaliza bem a minha raiva.
por um instante, o gato não foi
conto de Egar Allan Poe por um triz
é preciso termos bainha feita
na paciência de lavrador.
entrou de rompante em palco o
Outono implacavelmente melancólico
eléctrico, proibido alinhar-se
Agulhas, vespas daninhas
Que diariamente zombam de mim
Nasci com o talento de não ter talento
feito para ser o que não foi feito para ser
hospedei-me na carruagem velha
onde vão príncipes que pensam que Proust
jogou no ataque de clube de futebol
algo desligou a ficha do amor
acontece. dei um pontapé na quina
do móvel na temperança, soltei
o impropério impróprio para alguém
que no espelho não sabe ler nas entre linhas