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POESIA ÀS ESCONDIDAS

Poemas escritos por António Só

Avaliação

Outubro 15, 2018

Uns tentam mostrar-me o fascínio da vida

com fotos de iguarias, praias e lugares

mas fascina-me mais a morte divina

nos subúrbios obscuros dos eternos vagares

 

que roupas usarei na imensa eternidade

haverá trânsito nas manhãs de cinza e chuva

desperdício viver em função da verdade

quando a verdade está na boca desta turba

 

desistam converter-me à religião do nada

que acham a poesia um incómodo, um mito

ó versos encolhidos escritos à chegada

de uma erupção qualquer, sonoros como gritos

 

li tantos livros quantas gotas na janela

músicas várias quantas folhas deste plátano

masquei pastilhas de ócio numa caravela

num mar desconhecido, fúnebre e maléfico

 

que vontade comer fatias de melão

e sentir o sumo escorrer-me pelo queixo!

ó avaliadores da vida, cheios de sucesso

levarem-me, ridículos, meu coração não deixo

Ciclos

Outubro 12, 2018

IMG_20181006_175536 (2).jpg

 

 

correndo as cortinas aos mágicos momentos

tudo me é turbulento, falha-me a memória

nas asas do destino, há intempestivos ventos

com a cíclica chuva, a cíclica história

 

olho à distância, a longínqua juventude

verde e deslumbrado, mas certo me sentia

tão longe do negrume e perto da virtude

seguir as incertas pegadas da poesia

 

o estertor da terra quando forte embate

relâmpagos do céu, de fúria, feroz fera

parece que às vezes o divino nos combate

e que estamos a mais, um vírus nesta esfera

 

o vírus nesta esfera que se chama androide

ardente fornalha gritando por teus olhos

lá vêm num cortejo de turistas, dói de

ver como os meus se prostram, tristes, de joelhos

 

não sentirão o Tejo ou os braços de Lisboa

ou alegre turbilhão de gente aos pés do Porto

caramba, às vezes a vida parece que é boa

mas às vezes parece que já estou morto...

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