Alienação
Julho 31, 2018
Talvez me rasgue ao meio e em dois me divida
é uma questão de raios x’s, pulmões e seios
porque o fundo floresce nos íntimos receios
não ter meios na vida que não é querida.
tudo tem um fundo de ásperos segredos
escavamos e encontramos crânios da verdade
que não é mais que o tempo o rosto da saudade
pavor de cintilantes estrelas e degredos
conforto remeter-me a esta insignificância
o fim parece-me uma profusa ilusão
é como sentir ter nas mãos o coração
e não dar à viúva negra importância
um bolo de bolacha feito de camadas
como um país em chamas ter muitas florestas
pinheiros e eucaliptos em constante brasa
terei um ‘F’ escrito na testa?
Porque sou muito manso nas questões de graça
Da gargalhada amigo. Nada serei mais
Que uns punhos de momentos que serão punhais
No meu tempo que sinto já roer-me a traça
como sentir passados na perfumaria
permanecendo sempre no tempo suspenso
pensando que ao tempo presente não pertenço
boiando à superfície do lago da sabedoria.