O crime das horas
Junho 19, 2018
como perigos doces dos vácuos e abismos
nos cantam melodias loucas de prazer
e absurdas tempestades chovem romantismos
assim vago me faz o olhar, também sofrer
igual à caderneta antiga, inacabada
com espaços vazios, silêncios por correr
sinto penetrar-me a carne a espada afiada
pela mão doentia dum tédio de morrer.
crime desejarmos no íntimo que as horas
corram apressadas como nuvens cheias
de ira, acicatadas por odiosos ventos
que a chuva arrefecesse o sangue em minhas veias...
Verão azul do tempo que se me escapara
como sentir nas mãos langores deste céu
esculpido pela alma que nunca se encontrara
e me condena a ser do meu destino réu