A Sombra
Abril 23, 2018
Paira no mundo uma sombra desigual
que rima com medo, terror e romantismo
um pássaro fúnebre, príncipe do mal
que à suprema razão provoca estigmatismo
convertem-se pessoas num rio indigente
onde lobos viajam com pele de ovelhas
o amor é-lhes o milho incómodo nos dentes
no mar, as ondas brancas tingem de vermelho
à Humanidade pregam ferrugento prego
que não há Cristo vivo que estender nos queira
as mãos ensanguentadas, sem no mundo emprego
a Morte, essa já tem emprego de coveira
lunático político no dorso do míssil
rasgando céus de cinza, pó e fumo negro
louco, pirotécnico, de erecção difícil
recebe este poema, ferrugento prego
na tua mão direita, na tua mão esquerda
nos pés, no coração, jorrando da cabeça
urgente solução, para estancar a perda
dos filhos da Terra que mataste depressa