A velhota
Março 26, 2018
Não basta um conjunto de palavras, no poema
os contornos das coisas ampliam o sentir
como ver nos céus de fogo Lucifer a refulgir
e desse refulgir viesse força e alto tema
a velhota desdentada que olhava para mim
lançou-me um olhar de passado comovente
corrigir e reviver, o tempo não consente
há um adeus diariamente, essa palavra fim
somos felizes, sem sabermos, nestas horas
de passeios iguais impessoais e impossíveis
de repeti-los incautos num futuro longínquo
é como andar de barco, é como ver em branco
de experimentar silêncios nos versos indizíveis
sabendo que o destino nos tornará distintos