O duende
Outubro 20, 2017
Muitas vezes dou por mim a olhar o vazio
como um filme épico assistisse no vácuo
de súbito um duende esverdeado e doentio
vestiu-se de tédio e tornou-se-me obstáculo
esta permanente quietude até a Morte
inveja como a carne e osso que nos quer
tia da família, que nos escolhe à sorte
o próximo a ir com ela por puro prazer
duende, que nos sonhos vestes cor da febre
que me inundas o rosto de sal e suor
tomemos um vinho à tua saúde à minha
porque desconheces o vulcânico amor
na alegria te espantas, foges como a lebre
como se a vida fosse um arrepio na espinha