Meu filho, meu poema
Abril 29, 2016
Não abre, não se envolve, não remexe
Potente imaginário, já não há musas
Só multidões furiosas e confusas
E uma tísica árvore que não floresce
Também, em mim, uma saudade cresce
Que germinando vai dores agudas
E vozes que me gritam: «não te iludas
Ver a vida ajoelhada a teus pés.»
O céu da minha infância é que valia
Que está no rosto puro que me vale
Mais do que a própria vida valiosa;
É ele a resgatar-me num só dia
Com sua doce voz, que a minha cale
Tornando a dura vida radiosa