Soneto do Cárcere
Julho 27, 2011
Fechado num casulo do meu ser,
Eu vivo encarcerado a minha vida,
Que pouco dura e compro a minha briga,
Co’ o tempo, dá-me fome de vencer.
Chego a troçar do tempo por querer,
Torná-la amante, e cantar-lhe a cantiga,
Do bandido aquela que mendiga,
Mil noites de luxúria e alto prazer.
Às vezes vou pedir-lhe uma boleia
No dorso desse mar azul que ateia,
Um fogo leve em mim que enfim me abrasa
Às vezes vou pedir abrigo à lua,
Carinho afecto e abraço-a cheia e nua
Mas fico sempre à porta da sua casa