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POESIA ÀS ESCONDIDAS

Poemas escritos por António Só

CCVII

Abril 24, 2006

Escrevo e apago; escrevo e apago. Musa,
Que é feito do embalar ao meu deslize?
Que foi que fiz que o estro hoje recusa,
Dar luz e o meu desejo se realize?
Meu sofrimento advém de hesitar,
De avançar cego para o que ainda falta,
Conquistar sem ter mundo a conquistar,
Sinto-me submerso numa maré alta.
Que foi que fiz? Que feito: darei empresa,
Drenar da veia o que perro me torna,
Não tenho em verso, em canto, uma certeza,
Dá-me água que da fonte de ti entorna,
Dá aos meus poemas a minha forma,
Vem dar alento algum a esta fraqueza.

Nas galés

Abril 21, 2006

Nada me inspira,
Saco roto que dança ao vento,
Ela de mim retira,
Meu respeitoso sentimento,
Sua feição me vira,
Desfraldo a vela ao pensamento,
Quebrada, de prata, lira
A Invocação do desalento.
Nada! Nada me apraz,
Tudo é atirado ao esquecimento,
Maré nada me traz,
Ansiando após outro momento,
Calma, polida paz,
Que após a vida dá monumento,
Ó Vida, porque nos dás,
Com o destino, desentendimento

A ti Musa

Abril 05, 2006

Minha querida, flor mimosa, frágil e forte,
Onde tens depositado o olhar,
Saudoso de ver teu sorriso brilhar,
Que ao escuro frio, adiava minha morte.
Diz-me se tu choras,
Se por alguém tu coras,
Recordo com amor teus doces mil ardis,
E arde-me no peito,
Saudade sem nobre jeito,
Saber - e eu feliz - saber se tu sorris.

Já não enfrento ventos nem tempestades,
Espero só que passem, só, no meu canto,
Há dias, quando me invadem as saudades,
Tenho vergonha de vergar-me ao pranto,
E ao verte em pensamento,
Dá saudade o acolhimento,
Pender com as estrelas e lua, imaginação,
Pois teu nome habita,
A ele, o amor me incita,
Ouvir ditado vindo do coração.

Saber? De nada sei para onde vá,
Que ser? Posso não saber já quem sou,
Mas vindimo ar pesado ainda por cá,
Mas feliz? Isso, Musa, já não estou.
Recolhe tu as frases,
Ajoelho-me ao que trazes,
Neste vazio que a distância recria,
São brandas e serenas,
São ainda flores pequenas,
Submissas à luz clara e nobre do dia.

Ainda tens o meu e o teu retrato,
Se em mim pensas, como pensas: com rancor?
Penso em ti mas com saudade e amor,
Mas não ter-te é um nó que não desato

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