No teu pomar
Julho 11, 2008
No teu pomar entrei. Roubei um fruto
Maduro como um beijo de poeta
E via o ardor tornar-se diminuto
Como a distância ao corredor da meta
Chamei-te minha musa, minha amada,
Chamo-te amplo jardim da Babilónia
Nimbada pela Lua abençoada
Que esfrega os olhos lânguidos de insónia.
Minha contemplação! Quanto me encantas!
Nem cântico dos cânticos, se cantas
Alcança, quando tremes de fervura;
Seja vil criminoso e condenado
Por ter do teu pomar fruto roubado
Envia outro mandato de captura!