Palestra da alma
Junho 30, 2008
Escrevo o que sinto,
E nunca o que penso,
Coloco por extenso,
O que é-me indistinto
E sei quando minto,
No meu mar imenso
Aceno com lenço
se escrevo o que sinto…
Escrevo o combate,
Rumo à minha glória
Um 'V' de Vitória
Desenho no embate
E como um remate
Salpico de escuro
Sou poeta sou vate,
Sou puro e impuro
Escrevo infiel,
Às regras e leis,
Como outrora reis,
Fizeram-no bem,
E o verso que tem,
No punho proscrito,
É sempre bendito
É Torre de Belém.
Não canto somente,
As luzes que vejo,
As trevas que beijo,
Qual noite qual dia,
Para mim, poesia,
É tudo o que quero
Longo desespero,
Ou longa alegria.
Cantando o que sinto,
Qual sexto sentido,
Sinto-me perdido
Cantando num céu
E os poemas que faço,
Eu lanço-os no espaço,
Azul e devasso
Sem dom dum Orfeu.