Em que sou vento
Junho 09, 2008
Eu oiço o vasto abismo a voz sem fundo
o silêncio das igrejas sem igrejas
fechados ventos num palácio escuro
do vendaval sem ventos nem ideias
as horas num minuto, num segundo
um beijo efervescente e nem me beijas
bem-vinda a liberdade do alto muro
o cântico sublime das sereias.
O fogo num teatro diminuto
a água pura e fresca num deserto
o ar nos céus no Céu a própria Terra
e passam-me as imagens num minuto
do longo e breve tempo e cá desperto
em que sou vento vindo lá da serra.