Soneto sobre a língua universal
Maio 26, 2008
Ai de mim do que seria, se não ouvisse
Música, arrebatar-me a alma quando,
Gestos, cheiros, sentidos quatro dando,
Tudo o que desejasse e conseguisse!
Se a minha alma voasse hoje e partisse,
na morte não se ouvisse único canto,
Bradava aos céus com garra e fero espanto,
“Seria céu se música não ouvisse?
Sem torres de babel que não se entende,
Línguas várias, quando uma é só esta,
Universal, divina, eterna e Bela;
E não se fala em música que estende,
Ao pobre mão bondosa, amável, desta
Língua gentil que por minha alma zela.