Soneto de querer-te
Maio 23, 2008
Qual abelha que esvoaça e na flor poisa,
dela lhe tira o ouro, meus olhos fremem
as asas dela, assim, meus olhos tremem,
sentindo oceano imenso e imensa coisa.
Meu corpo é o homem; a alma é um falcão,
Que lanço, e digo: “traz-me tal Beleza,
Que ao magro verso dê mesma nobreza,
Desta imagem que me adorna o coração.
Que impede, amor, lançar-te, do meu braço
À chuva, ave que vive de rapina,
Que os céus alcança, assim, como eu te alcanço?
Pois dá-me, no que vejo, este embaraço
De mais querer que inflama a alma e me ensina,
Que, por querer-te mais, nunca me canso.