Inexistências
Janeiro 31, 2007
Pesadas pedras, deixem-me passar,
Transpor barreiras, amores e medos,
Violentamente embato sem cessar,
Muralha erguida por mudos e quedos.
Quero passar! Passo à frente da fila,
Serpente fria, morde a paciência
Pérfidas ânsias, alma intranquila,
Manchando limpo o pano d inocência.
Quero passar, já disse! Na borrasca
Entre as pedras frias não quero ficar
O homem ama; a pedra, o corpo enrasca,
E amando, quer-se amar mais do que estar.
E polvilhar de cor, a claridade,
A luz suave dos raios da manhã,
Ignaro sobre haver a eternidade
Tocando alegre sua flauta de Pã.
Fluir abertamente na presença,
De horrendas hidras, que surgem dos mares
Escrever à liberdade luz e avença,
Tornar-se amante doutros despertares.
Mas onde estão altas muralhas? Onde?
Onde floresce a minha primavera
Verde, fresca e nítida se esconde
Nas densas trevas doutras vãs quimeras.
Berço de voltar a vida amando
Lembrando incosciente antiga graça
Verdade é terra dura que escavando
O Amor se lança, e o Ódio embaraça.
Escava, ó miserável, arduamente
Enquanto o sangue não verter primeiro,
Desfralda a vela ao vento alegremente
De feição nunca sopra um dia inteiro.
Transpor barreiras, amores e medos,
Violentamente embato sem cessar,
Muralha erguida por mudos e quedos.
Quero passar! Passo à frente da fila,
Serpente fria, morde a paciência
Pérfidas ânsias, alma intranquila,
Manchando limpo o pano d inocência.
Quero passar, já disse! Na borrasca
Entre as pedras frias não quero ficar
O homem ama; a pedra, o corpo enrasca,
E amando, quer-se amar mais do que estar.
E polvilhar de cor, a claridade,
A luz suave dos raios da manhã,
Ignaro sobre haver a eternidade
Tocando alegre sua flauta de Pã.
Fluir abertamente na presença,
De horrendas hidras, que surgem dos mares
Escrever à liberdade luz e avença,
Tornar-se amante doutros despertares.
Mas onde estão altas muralhas? Onde?
Onde floresce a minha primavera
Verde, fresca e nítida se esconde
Nas densas trevas doutras vãs quimeras.
Berço de voltar a vida amando
Lembrando incosciente antiga graça
Verdade é terra dura que escavando
O Amor se lança, e o Ódio embaraça.
Escava, ó miserável, arduamente
Enquanto o sangue não verter primeiro,
Desfralda a vela ao vento alegremente
De feição nunca sopra um dia inteiro.