Minhas asas da Poesia
Novembro 27, 2007
Se passavas, meus desejos,
Eram chamas de ilusão,
Sonhava abraços, beijos
Bem dados no coração,
Qual estrela matutina,
Vem alento dar-me ao dia,
Eras flor e uma menina,
Meu retrato da Poesia.
Mas meu corpo, ó rosa amada,
Torpe andava de ilusão,
Não era Amor nem nada,
Era sombra, era paixão,
Era flâmula inquieta,
Veneno nos meus sentidos,
Mas agora, rosa aberta,
Não há mundos divididos.
Sem saber ou descobrir,
A minh' alma em ti pairava,
Vago corpo a refulgir,
Era espectro que assustava,
Acabei, ao te beijar,
Descobrir o que era doce,
Acabei por te adorar,
Qual fiel um crente fosse.
Teu rosto é uma promessa,
De no céu anjos cairem,
Tens a pureza em ti expressa,
De jóias a refulgirem,
Dou por mim de boca aberta,
Como a lua cheia... «Espanto!,
Meu luar é prata incerta,
Neste rio de tanto encanto.
Minhas asas de poeta,
Meu mármore de escultor,
Meu arco da fatal seta,
Disparada com ardor,
Meu Amor puro, sincero!...
Descobrir-te enquanto vivo,
Meu anjo. Como te quero,
Ter-me em ti sempre cativo.
Olho a rosa, a margarida,
Branco lírio, amor perfeito,
Vejo teu rosto, querida,
No Sol, sou gelo desfeito,
Oiço o canto: a cotovia,
Rouxinol ou ave exótica,
Sacra Musa da Poesia,
Pura, bela, doce... Erótica...