Obrigações
Novembro 15, 2007
Quero ver-me livre do que me obriga
A ter que ser outro além de quem sou,
Cantar uma canção, uma cantiga,
Porque cantar, nunca alguém me obrigou.
E a melodia é nobre, tão antiga,
Como um qualquer cantar que experimentou,
Por mais que nunca nunca a voz me diga,
Sou quem de sonhar tanto não deixou.
Fogem-me, quais lebres, os meus versos,
Pelos bosques discretos do meu ser,
Olham-me feras com olhos perversos;
Mas eis que acende a flâmula no peito,
Como crescentes surtos de prazer,
Ter mais que uma virtude e que um defeito.