De passagem
Outubro 07, 2016
Não, estou de passagem, nunca estive aqui
Voaram quatro anos em voos de morcego
Rancor não guardo à sombra da árvore em ti
São as garras do ódio, ao mesmo tempo, o medo
Não, estou de passagem, nunca estive aqui
Não, não estou diferente, sempre fui eu mesmo
Com rosto pleno de susto, e cinzas no olhar
Caminho, lentamente, sou o mês Dezembro
Nos ramos das árvores, no escuro, a murmurar:
“Não, não sou diferente, sempre fui eu mesmo”
Sim, sou mais à noite, quando a noite vem
Vestida de imortal nocturno de Chopin
Vivo à procura de algo que a vida não tem
Serei no tempo inculto busto de Rodin
Sim, morro de dia, quando o dia vem...