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POESIA ÀS ESCONDIDAS

Poemas escritos por António Só

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Outubro 06, 2011

Vieram-me apagar a luz do candeeiro

Num quarto onde colava sonhos cor de prata

Onde acendia velas como ao longe luzes,

Cor de laranja doce que de noite mata

 

Quem pode ouvir da boca muda do futuro,

Seguro, uma certeza, em branco um diamante

No labirinto louco que é o coração

que de manhã quer ver uma Lua brilhante?

 

Nas penhas do destino, agora que me escapa

Areia entre as mãos castelos destruídos

Sei lá o que me prende, sei o que me mata

É não saber se os meus versos serão lidos.

 

Que o tempo os encaminhe como o vento as folhas

Nesta estação que mais parece o quente Verão

As rosas são bonitas se não as desfolhas

Como um pardal que vem comer à nossa mão

 

O cinto cintilante de Orion presente

Invoca-me a saudade, o céu de outro país,

Incrível, como o céu é igual para toda a gente

Mas não há muita gente que saiba o que diz

 

Os poetas possuem sonhos de mil esferas,

Com túneis e comboios em verdes montanhas

Há frases que da boca escapam como feras

É a lâmina fria da espada nas entranhas

 

Talvez por tecto venha a ter o céu estrelado,

De nuvens, quando a chuva vier molhar-me o corpo

Talvez me torne rei da própria liberdade

Oiço dizer que a vida passa como um sopro,

 

Um sopro ou baforada, anéis espessos de fumo,

Saídos duma boca mal agradecida,

Que hei-de fazer sem ti, que hei-de fazer sem mim

Se aceno à minha vida como à despedida?

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