Fel
Maio 27, 2016
Aceito haver o fraco, haver o forte,
A negra morte, o nada, a breve vida
O Sol a desaparecer na despedida
A Lua à noite viúva entregue à sorte.
Aceito aquele que anda já sem norte
O que não encontra a porta de saída
O que vive do vício da rapina
O que sucumbe sem ter passaporte.
Aceito o vento como obra do acaso
A cobra fria que usa letal veneno
Entrando num jardim que não é o seu
Aceito a flor que morre em seco vaso
A dor de ser mortal, de ser pequeno
Mas esse fel que provas não é meu