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POESIA ÀS ESCONDIDAS

Poemas escritos por António Só

Consolação

Novembro 12, 2012

Às vezes repouso deitado na cama,

Meus olhos resistem ao sono que vem

Deixo-me encantado à voz que murmura

Ao som da ternura que a noite tem.

 

Como rejeitando o céu sempre igual,

sou eu que o concebo, sou eu criador

Subjugo a vontade de ser na verdade

rei crucificado, santo, redentor.

 

E torna-se a mente meu céu outonal

Plantado de estrelas, orvalho celeste

Ergo neste mundo, melhor subterfúgio

Mágico refúgio, sombra de cipreste.

 

Meu peito refulge de mil devaneios

Explosões coloridas à vista do mar

fogos de artifício, lodos de suplício

deixo ir o meu corpo leve flutuar.

 

E meus pensamentos serenam, são ventos

que pousam serenos no dorso do ar

depois que se deu violenta procela

Na dura sequela das ondas do mar.

 

No quente aconchego, acende-se um fogo

Aquece-nos logo o corpo, a vontade

de sermos espírito, de criar matéria

Nos sonhos, cessando o real, a verdade.

 

e como um enxame de prósperas abelhas

que têm escritórios na doce alfazema

Chegam por impulsos as rosas vermelhas

são versos escritos à solta sem tema.

 

Pulam, saltitam, no meu coração

No inverno parecem as brasas que vejo

e acendem nos olhos brilhos de paixão

que me são selados com o lacre do beijo.

 

Por mais que na vida em vão me individe

Por mais que pareça que vivo a dormir

Por mais que me tirem este chão que piso

De mais não preciso que um sonho a sorrir.

Inversões

Novembro 12, 2012

Cansei-me do meu rosto sempre triste

Um dia olhei-me ao espelho e então sorri

Forçado no início mas resisti

Como em manhãs a noite ao sol resiste.

 

Brinquei para cá comigo: "nunca viste?"

Caretas feias fiz, foi então que ri

Pensei que meu sorriso não perdi ...

Sorrimos quando o querer sorrir insiste
 
Desvaneceu-se a sombra do meu rosto,
Ri a valer, ridículo, com gosto
Depois trouxe meu riso para a rua;
 
Não deixarei no sotão meu sorriso
E quem tentar tirar-me o paraíso
Que fique preso ao céu igual à Lua

"Era uma vez..."

Novembro 12, 2012

Era uma vez a vida, era uma vez a morte

Era uma vez o sol, era uma vez a lua

Era uma vez o fraco, era uma vez o forte,

Era uma vez um louco a divagar na rua.

 

Era uma vez o inverno,  era uma vez o verão,

E os dias que se encolhem como o fim do mês

Era uma vez um beijo dado com paixão,

Porque a vida nos lembra e diz: "era uma vez..."

Contemplações

Novembro 05, 2012

Por cima dos meus ombros já cansados

Contemplo com saudade o que vivi

Sonhos por mim plantados que perdi

Nascidos neste mundo condenados

 

Os lírios que tentei salvar murchados

Os rostos que sorriram e eu sorri

Os rostos que choraram e eu sofri

Que serão sempre por mim bem lembrados.

 

Quem sou? Boa pergunta! Só saudade

Sinto de mim. A ingénua liberdade

De alegre criança sei, não terei mais.

 

Passou-me a vida. Ia com tanta pressa

Como se me gritasse: "desapareça!,

Nem quis ouvir meus versos musicais

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