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POESIA ÀS ESCONDIDAS

Poemas escritos por António Só

A Queda

Abril 15, 2011

Entrou no meu domínio, a imensidão vazia,

Um prédio em ruínas de alma que há-de vir,

O sol, no rosto, mole, há pouco esmorecia,

Dizendo-me: "coragem! É cedo para partir"

 

Quem foi que me arrancou à bruta um branco lírio

Deste vale escuro que é meu negro peito?

Confesso que me atiro em queda ao meu delírio

Sou castelo de areia, pelo mar desfeito.

 

Do amor, quanto mais sei penso não saber nada,

Creio-o na constância em força e movimento,

A sombra de um momento, o sol numa cascata,

Reanimo a vida expondo em verso um sentimento.

 

Terá que ser espontâneo para ser-se amor,

Bem pode ser o fogo que arde sem se ver,

Mas se esse amor é fogo então é destruidor,

Pois se for puro amor então não faz sofrer

 

Gostava ser pastor dos poemas que escrevi,

e pastassem livres nos planaltos do Tempo,

Sobre o amor que inventamos eu nunca escrevi,

Pra mim é quando surge o sol no mês Dezembro

Noite de Verão

Abril 08, 2011

Na indiferença morna da noite,

Na curva sinuosa do perigo

Deixo que as mãos me guiem

e murmurem como rios e regatos

Pelas curvas do teu corpo fresco

Cheio de vigor primaveril.

 

Rubra flor, estreita e doce

Que suave delírio encontrar-me em ti,

Abrindo-te portas e janelas,

Respirando a maresia do amor húmido

Ternura desfeita em sal e espuma

E na penumbra cerrada das coxas,

Por onde sai a humanidade inteira

Deixo-me ficar como um poeta anónimo

Até esvair-me em verso,

E escorrer em pranto,

Contraído no palácio de púrpura

Iluminado por um luar de leite,

Meu Sonho numa Noite de Verão

O Sopro da Vida

Abril 07, 2011

TÃO POUCO DURA A FLOR DE LARANJEIRA

TÃO POUCO DURA O SOL DA MINHA VIDA,

TÃO POUCO DURA, FLOR, À MINHA BEIRA,

QUE NÃO TE SINTO PERTO NEM PERDIDA,

ENVOLTA NOS MEUS BRAÇOS QUE TE MOLDAM,

AS CURVAS DO TEU CORPO SÃO, MADURO

MALDITO O DESPERDÍCIO DESTAS HORAS,

ONDE AS VIVEMOS NUM LUGAR ESCURO,

 

TÃO POUCO TEMPO CERTO . O AMANHÃ

VIRÁ À MESMA HORA O SOL BRILHAR,

OU NÃO, LÂMINA FRIA DE MANHÃ

DISPERSA EM PENSAMENTO, EM DOCE OLHAR,

DESPEÇO-ME DAS COISAS DIARIAMENTE,

SENTIR-ME VIVO É O GRITO QUE SE EVOLA,

NO CORPO QUE NÃO CEDE À SÁBIA MENTE

E VIOLENTANDO A ALMA, A VIOLA, A VIOLA.

 

GAIVOTA, QUE VENS DAR-ME O TEU BOM DIA

PARA ONDE VAIS? VOANDO, IREI CONTIGO,

AO SOL DA LONGE E TERNA POESIA,

À SOMBRA DO TEU LAR QUE É DOCE ABRIGO

AO LARGO DE UMA COSTA VERDE A SUL,

DAS PRAIAS ONDE O MAR NÃO SE LEVANTA

E O CÉU ENVERGA SEMPRE FATO AZUL

E O VENTO É UMA CRIANÇA QUE NOS CANTA…

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